http://www.tatame.com.br/2010/12/05/UFC--Demian-Maia
Por Erik Engelhart TATAME
Após a indiscutível vitória de em cima do gigante havaiano, Kendall Grove, o faixa-preta Demian Maia voltou a embolar a categoria dos médios do UFC. Em entrevista a TATAME, Demian comentou a dificuldade de enfrentar um cara de dois metros de altura, falou de sua evolução na parte em pé, fez um balanço da temporada, projetou 2011 e comentou a declaração que Anderson deu sobre ele no Sensei Sportv. Confira esses e outros assuntos na entrevista abaixo.
O que você achou de sua apresentação contra o gigante Kendall Grove?
Eu assisti a luta depois e gostei do que vi, foi um combate bastante movimentado, soltei bons jabs e me movimentei bastante no chão, não consegui pegar, cheguei perto algumas vezes, encaixei bons golpes e demonstrei uma maior maturidade dentro do octagon.
Você foi muito bem no primeiro e segundo round e na terceira etapa diminuiu um pouco o ritmo. Você cadenciou o combate pois sabia que havia sido superior nos primeiros rounds ou cansou mesmo?
Eu dei uma cadenciada, pois sabia que estava ganhando a luta, mas acredito que o terceiro round eu ganhei claramente também, eu ataquei bastante, ele veio para cima mas não conseguiu conectar golpes contundentes, talvez um, e eu acertei uns quatro nele,foi um round mais desenvolvido na parte do Boxe. Quando faltavam 40 segundos, fui nas pernas dele e dei uma segurada ali porque não fazia sentido eu no final da luta trocar com ele e arriscar tudo em uma loteria, o que seria vantajoso para ele que estava perdendo. Hoje em dia temos que pensar na estratégia porque não adianta ir para a trocação com tudo no final da luta e acabar tomando um nocaute.
Qual foi a maior dificuldade de enfrentar um cara de quase dois metros de altura?
A maior dificuldade é que a gente treina com pouca gente dessa altura e eu tive a felicidade de treinar com o Ednaldo “Lula”, lutador de Salvador que tem mais de dois metros, além de eu ter treinado o Jiu-Jitsu com o Antonio Peinado, que tem 1,93m, bem abaixo do Kendall. A diferença é que o Kendall treinou com vários caras da minha altura, enquanto eu treinei com apenas um cara da altura dele.
Mesmo diante de um lutador com bem mais envergadura você mostrou uma evolução no Boxe. Como está sendo esse trabalho da parte em pé?
Eu trabalho com mestres que eu gosto muito cara, o professor Dórea que todos conhecem, o André Lopes em São Paulo, que é um cara excelente, uma ótima pessoa. O Dórea é nota mil também, ali no meu córner faz a diferença e eu trabalho com pessoas que tenho muito carinho e que eu confio e treinar com essas pessoas ao meu lado faz com que minha evolução seja natural.
Em entrevista ao Sensei Sportv, o Anderson disse que você vai ser o próximo cara a ter e defender o cinturão dos médios por muito tempo. Depois de toda polêmica envolvendo vocês, o que achou dessa declaração?
Na verdade eu não esperava, mas eu fico muito feliz de ouvir isso de um grande campeão como o Anderson.
Agora com essa segunda vitória consecutiva você volta pro bolo da categoria... Qual o balanço que você faz de 2010 e o que esperar para 2011?
Esse ano representou o meu amadurecimento, lutei 14 rounds, eu não havia lutado 14 rounds em minha carreira inteira e esse ano eu lutei. Foram quatro lutas e eu só Perdi uma, que foi para o Anderson e com ele eu acho que eu teria ganhado pelo menos um round, então o balanço que eu faço dessa temporada é bem positivo para mim como atleta. Para 2011 tenho que continuar ganhando para ter uma nova oportunidade pelo título.