Brazilian Black Belt

 

Fechar categoria é desconsideração, descaso e desrespeito.‏

Posted by Felipe Costa Jun 15, 2015 Categories: BJJ De La Riva Felipe Costa Gracie Jiu Jitsu Motivational Video BJJ

Leia e entenda minha opinião sobre essa polêmica.

Dois atletas chegarem a final de um campeonato e simplesmente deixarem de proporcionar ao público a disputa pelo ouro, simplesmente por serem amigos, é uma incrível falta de consideração com a torcida. 

Dois atletas, diante de todo apoio dos patrocinadores e da mídia presente, resolverem que a disputa final não é necessária, pois já treinam juntos por demais e não precisam se testar diante do palco principal preparado para a final, é um descaso sem tamanho. 

Dois atletas avançarem pelas etapas iniciais de um torneio e, no ápice do desafio, quando finalmente será coroado o grande campeão, eles decidirem não se enfrentar pois treinam juntos, é uma falta de respeito com a organização do evento. 

 

Por isso que digo, o dia que um atleta profissional de TÊNIS fizer isso, eu nunca mais acompanho o esporte, pois vou ficar muito ofendido.

Tenistas brasileiros

Agora, se estivermos falando de Jiu-Jitsu, aí a coisa muda de figura E MUITO.

 

Vamos por partes:

 

DESCONSIDERAÇÃO: A TORCIDA presente não é composta de fãs do esporte. Na minha torcida, por exemplo, costuma ter minha esposa (preocupada em entreter meu filho, enquanto filma minhas lutas, tentando tremer o mínimo possível VIDE-VIDEO)

 

e menos de meia dúzia de amigos que vão para lutar (então por que não unir o útil ao agradável e ver um companheiro de treino competindo?). 

E sei que não sou exceção. Só vai a campeonato quem vai disputar, companheiros de treino se forem próximos e familiares no começo da "trajetória competitiva" dos parentes, pois depois de um tempo nem eles aguentam mais. 

Por essas e outras, argumentar que fechar a disputa entre amigos é falta de consideração não se encaixa para o Jiu-Jitsu. 

DESCASO: Vamos falar de maioria, pois sabemos que toda regra tem exceção. Portanto uma dúzia de nomes que vier a sua cabeça (se é que você vai conseguir pensar em tantos) não vai fazer frente com os milhares de outros que simplesmente não tem nenhum PATROCÍNIO.

O que é o patrocínio no Jiu Jitsu se não receber de algumas empresas, alguns kimonos? (OBRIGADO STORM KIMONOS que ajuda muitos atletas a fazerem parte da exceção, apoiando-os de forma diferenciada! Vale lembrar que estou focando na MAIORIA).

O que é patrocínio no Jiu Jitsu se não receber de um restaurante o direito de comer de graça e com sorte poder levar a namorada? 

O que é patrocínio no Jiu Jitsu senão ter um amigo ou aluno bem sucedido que se dispõe a pagar todas sua inscrições e ajudar nos custos das viagens? Obrigado a todos que fazem isso e apoiam algum competidor! Sabemos que vocês não terão retorno nesse investimento e nem encaram isso como um. Portanto isso é mais uma caridade do que patrocínio, portanto no meu entender até mais valioso (Se algum AMIGO CARIDOSO quiser me ajudar, você sabe onde me encontrar RISOS).

A MÍDIA do Jiu-Jitsu, cá entre nós é muito pouca. Sem dúvida, as mídias sociais dão uma proporção que ajuda e permite que cada atleta possa ser seu próprio divulgador ou páginas independentes ganhem seguidores suficientes e também ajudem na repercussão mas, se estamos falando da maioria, vamos ser francos, se formos depender de revista ou TV para ter algum prestígio no Jiu Jitsu, estamos perdidos. Quanto ao fato de algumas serem tendenciosas, vou me abster de comentar.

Por essas e outras, argumentar que fechar a disputa entre amigos é descaso não se encaixa para o Jiu-Jitsu. 

RESPEITO: Existe um acordo informal entre o competidor e as federações: Um paga a anuidade (carteirinha), paga por disputar os torneios organizados por ela e em troca ela lhe oferece um campeonato que cumpre o cronograma, boa arbitragem, local decente e limpo. PONTO

Não me sinto, nem você deve se sentir, injustiçado por não receber premiação em dinheiro por se tornar campeão Estadual, Brasileiro, Europeu, Panamericano, Asiático, Mundial ou seja lá que título surgir, pois isso simplesmente não é parte do acordo!

Eles NUNCA prometeram isso e você já SABIA disso antes de se inscrever! Não há do que reclamar, as regras são essas. Entra quem quer.

Agora a contrapartida é que se eu pago para lutar ( e não estou falando da inscrição propriamente dita, competir tem muitos custos que saem do nosso bolso: Mensalidade da academia, preparação física, alimentação, estadia, passagem, fisioterapia etc etc etc), eu também tenho o direito de decidir se vou lutar.

Se você quiser, pode se inscrever para lutar e não aparecer na primeira luta, afinal o seu compromisso é com o seu próprio investimento, as federações não estão te pagando para lutar, isso não faz parte do "acordo informal" que descrevi acima. 

Da mesma maneira, se você decide que ao vencer suas lutas iniciais e se deparar com seu companheiro de treino e amigo seu objetivo foi cumprido e prefere não lutar (seja na luta final ou antes), tudo bem! Mesmo argumento vale: NINGUÉM pode exigir o contrário, pois isso não foi acordado. PONTO

Por essas e outras, argumentar que fechar a disputa entre amigos é falta de respeito não se encaixa para o Jiu-Jitsu em torneios onde você paga para lutar, como na grande maioria.

Ontem aconteceu o Campeonato Estadual do Rio de Janeiro, pela FJJ-RIO ( a federação mais tradicional). Para ser campeão teria que fazer três lutas. Venci a primeira com uma chave de panturrilha (VIDEO de 20 seg ABAIXO),

 

 na semi final voltei a finalizar usando a técnica que inventei e batizei de PernaMura ( ou LegMura, se quiser esnobar rs). Há tempos venho fazendo em treino e finalmente consegui pôr em prática na competição. Se estiver curioso pode aprendê-la ao se registrar gratuitamente no meu site www.BrazilianBlackBelt.com

  

Na final encontrei com meu amigo e companheiro dos Treinos dos Leves, Bruno Valderrama (De La Riva).

Bruno e eu havíamos nos esbarrado anteriormente e chegamos a lutar duas vezes, mesmo já tendo dado um ou outro treino juntos, mas com o tempo passamos a treinar frequentemente, ele passou a me ajudar na evolução do meu jogo e eu (acredito) na do dele.

Criou-se aquela camaradagem que quem faz Jiu-Jitsu conhece e entende. Portanto hoje, ao nos encontrarmos na final não fazia o menor sentido lutarmos. Além das razões acima que são racionais, surgiu a questão emocional. 

 

Todo mundo não adora bater no peito e repetir a máxima de que: A "Equipe de Jiu-Jitsu é como uma família"? Então pronto! Dentro da minha família não precisamos provar nada à ninguém.

felipe costa e bruno valderrama jiu jitsu

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